sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Reino Animalia

O Reino Animalia abrange todos os animais, por possuírem características comuns: organismos eucariontes multicelulares heterótrofos, além de obter seus alimentos do meio onde vivem, por ingestão.
Porém é possível encontrar algumas exceções entre os animais devido a fatores como a adaptação, como por exemplo, os endoparasitas que perderam a capacidade de ingerir alimentos e os obtêm por absorção direta dos líquidos do corpo do hospedeiro.

Cnidários







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Os cnidários (do grego knide, irritante, e do latim aria - sufixo plural, como ou conectado com) constituem um filo que inclui os animais aquáticos (conhecidos popularmente como celenterados ou cnidários) de que fazem parte as hidras de água doce, as medusas ou águas-vivas, que são normalmente oceânicas, e os corais e anémonas-do-mar. O filo era também chamado Coelenterata das palavas gregas "coela", o mesmo que "cela" ou "espaço vazio" e "enteros", "intestino"), que originalmente incluía os pentes-do-mar, atualmente considerado um filo separado, composto por animais também gelatinosos como as medusas, mas com algumas características próprias.

O filo dos cnidários recebe este nome devido ao fato de possuírem uma estrutura denominada cnidoblasto. Trata-se de uma célula especializada, que possui características urticantes, isto é, provoca irritações semelhantes às da urtiga na pele humana.

A respiração e a excreção nos cnidários ocorrem por difusão através de toda a superfície do corpo. Não existem estruturas especiais relacionadas a esses processos. A reprodução dos cnidários pode ser assexuada ou sexuada.
A reprodução sexuada dá-se na fase medusa (com exceção dos antozoários, os corais e as anêmonas-do-mar, e hidra e algumas outras espécies que não desenvolvem nunca a fase de medusa): os machos e fêmeas libertam os produtos sexuais na água e ali se conjugam, dando origem aos zigotos.

Defesa: os cnidários possuem um tipo especial de células, os cnidócitos (cnidoblastos ou nematoblastos), células de ataque e defesa, em maior quantidade nos tentáculos. Quando o cnidocílio é estimulado, um filamento que fica dentro do nematocisto é disparado. Este filamento possui um líquido urticante que pode provocar desde queimaduras até a morte.
Sexuada: há presença de gônadas. Existem espécies monóicas e dióicas. Pode haver alternância de gerações envolvendo pólipos e medusas.

Os celenterados, ou cnidários, são os primeiros metazoários a exibir uma cavidade digestiva ou cavidade gastrovascular, com uma abertura única que funciona como boca e ânus, portanto o tubo digestivo é incompleto. Todos os membros do filo possuem, ao redor da boca, tentáculos dotados de células urticantes (cnidoblastos) que auxiliam na captura de alimentos. A digestão enzimática do alimento começa nessa cavidade extracelularmente e termina no interior (intracelularmente) das células muscular-digestivas, que fazem parte da gastroderme
O corpo dos celenterados apresenta duas camadas celulares, separadas por uma mesogléia gelatinosa: a epiderme (externa) e a gastroderme (interna), que possuem células contráteis e sensoriais.

A locomoção ocorre graças a fibrilas contrácteis das células epiteliais gastrodérmicas que permitem aos celenterados movimentos de contração e distensão do corpo e tentáculos. Nas formas medusóides, a contração do corpo provoca a expulsão de jatos de água através da boca; a medusa se desloca no sentido oposto ao jato de água, alternando contrações e distensões. Algumas formas polipóides (Hydra) deslocam-se por meio de verdadeiras cambalhotas: fixando a região oral soltam a região basal do substrato para novamente fixá-la em outro ponto.

No filo Cnidaria existem basicamente dois tipos morfológicos de indivíduos: as medusas, que são natantes e os pólipos, que são sésseis. Eles podem formar colônias, como é o caso dos corais (colônias sésseis) e das caravelas (colônias flutuantes).Os pólipos e as medusas, tem formas aparentemente muito diferentes entre si, possuem muitas características em comum e que definem o filo.

Tanto o pólipo como a medusa apresentam uma boca, que se abre na cavidade gastrovascular, mas não possuem ânus. O alimento ingerido pela boca cai na cavidade gastrovascular, onde é parcialmente digerido e distribuído. Após a fase extracelular da digestão, o alimento é absorvido pelas células que revestem a cavidade gastrovascular, completando a digestão. A digestão é, portanto, em parte extracelular e em parte intracelular. Os restos não aproveitáveis são liberados pela boca. Na região oral existem tentáculos, que participam da captura de alimento.

As camadas de célula que ocorrem nos cnidários são: a epiderme, que reveste o corpo externamente, e a gastroderme (derivada da endoderme), que reveste a cavidade gastrovascular. Entre a epiderme e a gastroderme existe uma camada gelatinosa denominada mesogléia.

O corpo dos cnidários é basicamente um saco formado por duas camadas de células - a epiderme, no exterior, e a gastroderme no interior - com uma massa gelatinosa entre elas, chamada mesogleia. Por esta razão, diz-se que os cnidários são diploblásticos. Ao redor da abertura, chamada arquêntero, os celenterados ostentam uma coroa de tentáculos com células urticantes, os cnidócitos, capazes de ejectar um minúsculo espinho, o nematocisto que pode conter uma toxina ou material mucoso. Estes "aparelhos" servem não só para se defenderem dos predadores, mas também para imobilizarem uma presa, como um pequeno peixe, para se alimentarem - os cnidários são tipicamente carnívoros.

Algumas células da gastroderme da cavidade central (o celêntero) segregam enzimas digestivas, enquanto que outras absorvem a matéria digerida. Na mesogleia, encontram-se dispersas células nervosas e outras com função muscular que promovem o fluxo de água para dentro e fora do animal.

Reprodução Assexuada
- Brotamento:
Muitos pólipos podem se reproduzir assexuadamente por brotamento. Nesse processo a parede do corpo sofre uma evaginação, formando um broto que cresce e, após algum tempo, forma tentáculos e boca. Finalmente a base do broto se estrangula e o pequeno pólipo se destaca do genitor, tornando-se independente.Esse tipo de reprodução é comum em hidras de água doce e em certas anêmonas marinhas.

Reprodução Sexuada:
Todos os cnidários apresentam reprodução sexuada. Entretanto há espécies dióicas e monóicas. Os espermatozóides e os óvulos se formam a partir das células intersticiais. Os espermatozóides são libertados na água e nadam à procura do óvulo. Este, em certas espécies, também é liberado na água; em outras, porém, fica aderido ao corpo da mãe.
A fecundação do óvulo por um espermatozóide origina o zigoto, que produz um embrião. Este se desenvolve e origina as formas adultas. Certas espécies de cnidários apresentam desenvolvimento direto. O zigoto origina diretamente um novo indivíduo, semelhante aos pais.
O filo está dividido em quatro classes de organismos:
  • Anthozoa (antozoários) - as anémonas-do-mar e corais verdadeiros;
  • Scyphozoa (cifozoários) - as verdadeiras águas vivas;
  • Cubozoa (cubomedusas) - as medusas em forma de cubo.
  • Hydrozoa (hidrozoários) - as hidras, algumas medusas, a garrafa-azul (caravela-portugues) e os corais-de-fogo;

Hidrozoários a maioria vive em água salgada é a forma polipoide que predomina no seu ciclo de vida, na maioria das espécies os pólipos originam, assexuadamente, pequenas medusas de vida curta, estas se reproduzem sexuadamente, originando novos pólipos.
Certos Hidrozoários formam colônias.

Cifozoários são cnidários marinhos em que a forma meduzoide é a predominante no ciclo de vida. A maioria das águas-vivas são cifozoários.
As meduzas dos cifozoários são organismos sexuados, geralmente dióicos (sexo separado).

Cubozoarios são marinhos em que predominam a forma de medusa a medusa cubozoaria é relativamente compacta e lembra um sino de forma cúbica, eles são capazes de nadar eficientemente pela expulsão de jatos de água. Alguns sistemas de classificação consideram os cubozoarios uma subclasse de cifozoários.

Antozoários os mais conhecidos são as anêmonas-do-mar e os corais, apresentam apenas as formas polipoides.
As anêmonas são pólipos solitários. Existem varias espécies coloniais.
Os corais são ligeiramente coloniais; seus pólipos lembram pequenas anêmonas e produzem um esqueleto de carbonato de cálcio, que resiste após a morte do animal. Cada pólipo acumula, na mesogléia da base do corpo, substancias calcarias que fornecem sustentação esquelética. São abundantes nos mares tropicais onde, formam enormes recifes.


CURIOSIDADES:

  • Os estudos indicam que uma anêmona do mar da Nova Zelândia (Actinia tenebrosa) requer de oito a sessenta e seis para atingir um diâmetro colunar de 40 mm e tem uma media de vida de 50 anos;
  • Existem medusas que podem medir de doze milímetros até dois metros de diâmetro;
  • As medusas do gênero Cyanea, que vivem no Oceano Ártico e possuem tentáculos de até trinta metros de comprimento.

Poríferos



Os poríferos ou espongiários (esponjas) constituem-se nos animais menos evoluídos de todos. São animais invertebrados, multicelulares, mas suas células não formam tecidos bem definidos e muito menos se estruturam em órgãos. A sua constituição é muito simples. Por isso, muitos especialistas preferem distingui-lo dos outros grupos de animais, dividindo o reino Metazoa em dois sub-reinos: O Parazoa (onde se situam os poríferos) e o Eumetazoa (que engloba todos os demais filos). Os poríferos (do latim porus, ‘poro’, ‘orifício’, e ferre, ‘que transporta’, ‘portador’).
São todos de habitat aquático, predominantemente marinhos, vivendo presos nas rochas, nas conchas ou outros substratos do fundo do mar ou dos rios. Têm o corpo perfurado por grande número de poros, por onde entra a água (poros inalantes ou óstios) e um único poro grande exalante (o ósculo), pelo qual sai a água e percorrer a cavidade central do corpo.
Esses animais não possuem órgãos especializados para digestão, excreção ou reprodução. Todas essas funções são realizadas por diferentes células. São considerados parazoas: animais fora do padrão normal, sem órgãos, anus e boca .

Eles realizam a digestão intracelular. A respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as sua células. O corpo de uma esponja apresenta um revestimento externo de células achatadas — a epiderme —, um revestimento interno com células flageladas e providas de gola ou colarinho, chamadas coanócitos, e uma camada intermediária na qual se encontram células móveis que se deslocam intensamente por meio de pseudópodos — os amebócitos.

As esponjas podem ser:

ASCONÓIDES: São as mais simples, tem a forma de um vaso de parede fina, os canais dos porócitos que perfuram a parede atingem diretamente a espongiocela. A movimentação dos flagelos dos coanócitos força a expulsão da água pelo ósculo. O caminho percorrido pela água é:
MEIO EXTERNO -> POROS -> ESPONGIOCELA -> ÓSCULO -> MEIO EXTERNO.(olhar fig. 3.)
SICONÓIDES:
Tem copo tubular, parede mais espessa com fendas que levam a canais aferentes, nas paredes dos quais se localizam os porócitos. Estes se comunicam com canais radias. A movimentação dos flagelos dos coanócitos dos canais radiais força a água a passar para a espogiocela, que não apresenta revestimento de coanócitos . O caminho percorrido pela água é:
MEIO EXTERNO -> CANAIS AFERENTES -> POROS -> CANAIS RADIASIS -> ESPONGIOCELA -> MEIO EXTERNO. (olhar fig. 3.)
LEOCONÓIDES:
Tem a parede muito espessa onde há aberturas que levam a canis aferentes, os quais desembocam em câmaras revestidas de coanócitos, as câmaras vibráteis que se comunicam por canais eferentes com a espongiocela que é um canal estreito e sem coanócitos. A movimentação da água pelos coanócitos das câmaras vibráteis faz a água circular no corpo da esponja. O caminho percorrido pela água é:
MEIO EXTERNO -> CANAIS AFERENTES -> CÂMARAS VIBRÁTEIS -> CANAIS EFERENTES -> ESPONGIOCELA -> ÓSCULO -> MEIO EXTERNO .(olhar fig. 4.)

A reprodução das esponjas pode ser assexuada ou sexuada.

Reproduçõ Assexuada:
Regeneração: os poríferos possuem grande poder de regenerar partes perdidas do corpo. Qualquer parte cortada de uma esponja tem a capacidade de se tornar uma nova esponja completa.
Brotamento: consiste na formação de um broto a partir da esponja-mãe. Os brotos podem se separar, constituindo novos animais.
Gemulação: é um processo realizado pelas espécies de água doce e alguns marinhos. Consiste na produção de gêmulas, um grupo de amebóides que são envolvidos por uma membrana grossa e resistente.

Reprodução Sexuada:

Observa-se que a maioria das esponjas é hermafrodita, embora existam espécies com sexo separado, não há gônadas para a formação de gametas, sendo estes originados pelos asqueócitos. A fecundação (interna) e as primeiras fases do desenvolvimento embrionário ocorrem no interior do organismo materno.


Os poríferos dividem-se em três classes:
  • Calcarea - Podem ser asconóides, siconóides ou leuconóides. São todos marinhos apresentam espículas de carbonato de cálcio para sustentação, tem tamanho pequeno e forma tubular.

  • Hexactinellida -Podem ser siconóides ou leuconóides. São todas marinhas, vivem em grandes profundidades (até 1.000 metros), crescem eretas apresentam forma cilíndrica, tem espículas silicosas para sustentação, em certas espécies as espículas silicosas fundem-se formando uma trama entrelaçada no meso-hilo, geralmente um casal de camarões ainda jovens penetram na esponja e passam a viver na espongiocela, onde obtêm abrigo e alimento, porém ao crescer os camarões não conseguem mais sair e permanecem ali até o fim de suas vidas.

  • Demospongiae - Somente leuconóides. A maioria é marinha apresentam espículas silicosas e fibras de espongina, ou ambas para sustentação, a maioria apresenta organização leuconóide, com meso-hilo espessos.

No mesênquima, pode-se encontrar uma espécie de arcabouço ou silicosas e uma rede de uma proteína específica chamada espongina. Assim, distinguem-se esponjas rígidas (calcárias e silicosas) e esponjas macias (esponjas córneas). Estas ultimas, muito usadas no banho, não possuem espículas e a sustentação do corpo é feita tão-somente pela rede de espongina, além dos amebócitos encontram-se as células formadoras das espículas e células geradoras dos gametas (mas não há "gônodas" propriamente).



CURIOSIDADES:
  • São encontrados na linha da mar até seis mil metros de profundidade;
  • O esqueleto das esponjas são usados como buchas de banho, elas demoram muito para crescer, por isso, algumas destas esponjas de banho podem ter 50 anos;
  • As esponjas podem filtrar em uma hora um volume de água centenas de vezes maiores que o volume de seu corpo;

Algumas imagens: